quinta-feira, 7 de junho de 2012

Rochas do Convento de Mafra


As rochas do Palácio de Mafra são mármores extraídos da pedreira de Pêro Pinheiro localizada no conselho de Sintra.
O nome de Pêro Pinheiro está associado à indústria dos mármores há mais de dois séculos.
Mais de quatro centenas de empresas e mais de 6000 postos de trabalho. O mercado final é a indústria da construção (80% de acordo com as estatísticas internacionais) e as obras funerárias, além da escultura e as peças de decoração.
A rocha utlizada no Convento de Mafra é o lioz. Os seus depósitos foram formados no período cenomaniano-cretácico num ambiente de mar pouco profundo de águas quentes e límpidas propícias á proliferação de organismos de esqueleto carbonatado construtores de bancos de recifes. A rocha caracteriza-se por ser um calcário bioclastico e calciclastico compacto, rico em biosparite e microsparite, geralmente de cor bege.

As explorações de Rocha Ornamental estendem-se desde Fervença até à vila dos Negrais.
A actividade extractiva está fisicamente condicionada pela ocupação de superfície.
A esta atividade extractiva (mineira) está associado, como a todas as outras o impacto ambiental negativo da extracção, dos materiais não aproveitados (rejeitados) e das antigas explorações que se tornam em reservatórios de água.
A evolução técnica e económica tem imposto novas exigências às empresas e à actividade.
A quantidade de Rocha Ornamental produzida é hoje muito superior ao passado.

Bibliografia:

Recursos Minerais

Esta imagem mostra como os recursos minerais estão presentes no nosso dia-a-dia. Clique em cima para ampliar.

Os recursos minerais incluem numerosos materiais utilizados pelo Homem e podem classificar-se em metálicos e não-metálicos.

Os recursos minerais metálicos são elementos químicos, como o ferro, o cobre ou o ouro, e encontram-se distribuídos na crusta terrestre, fazendo parte da constituição de vários materiais em associações diversas com outros elementos. A concentração média de um determinado elemento químico na crusta terrestre designa-se porclarke e exprime-se em partes por milhão (ppm) ou gramas por tonelada (g/ton). Um local no qual um determinado elemento químico existe numa concentração muito superior ao seu clarke designa-se por jazigo mineral. Neste, o material que é aproveitável e que tem interesse económico designa-se minério, enquanto o material sem valor económico que está associado ao minério designa-se ganga ou estéril. A ganga é geralmente acumulada emescombreiras, que são depósitos superficiais juntos às explorações mineiras.
Os metais são dos materiais mais utilizados pela nossa civilização em quase todas as áreas da indústria, na construção civil, na joalharia, em arte – nas esculturas, no fabrico de tintas, de produtos químicos e farmacêuticos, etc.

Os recursos minerais não metálicos são materiais como cascalhos, areias e rochas consolidadas.
São materiais abundantes que, com excepção das pedras preciosas, não atingem preços elevados no mercado e provêm de fontes locais.

Desvantagens dos recursos minerais

As escombreiras são capazes de gerar, por vezes, situações com impacto ambiental muito negativo. É o caso da formação de lixiviados através da acção da água da chuva sobre as escombreiras. Estes líquidos de escorrência, contendo em solução substâncias tóxicas, acabam por contaminar os recursos hídricos da região.
Outra situação de impacto negativo resulta do tratamento químico que o minério sofre após a sua extracção, o que resulta na formação de líquidos residuais contaminantes.
Outra desvantagem é o impacto visual das escavações quando a extracção do minério é realizada a céu aberto.

Por exemplo, no caso das minas de urânio, pode haver contaminação radioactiva das águas, dos solos e da atmosfera, quer pela libertação de poeiras, quer pela libertação de um gás – o radão – de efeitos nefastos para a saúde e para o ambiente.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Portugal uma potência mundial de lítio?


Portugal é já o quinto produtor mundial de lítio, e a procura desta matéria-prima para baterias de carros eléctricos vai quadruplicar.
Um estudo divulgado pela empresa de consultoria MarketResearch.com indica que a procura de lítio para a construção de baterias de iões de lítio para a indústria automóvel vai quadruplicar ao longo dos próximos 10 anos.
Mina de lítio a céu aberto, perto da Guarda.
O mesmo estudo revela que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a 11 mil milhões de dólares (€8 mil milhões), mas que em 2020 deverá rondar os 43 mil milhões de dólares (€31,5 mil milhões).
Alguns analistas do sector extractivo garantem que Portugal tem aqui uma oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado, pois actualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial de exploração para mais 70 anos. Estes dados são confirmados, aliás, num dos relatórios mais recentes do Departamento de Energia norte-americano.
Indústria automóvel interessada no lítio português 

Automóvel eléctrico
O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto para os proprietários de fundições de outros países. Esses, sim, é que entregam à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros eléctricos. São também estes intermediários que facturam uma parte considerável do processo de transformação do lítio.
O principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros eléctricos, no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição em Portugal. Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país acrescentaria valor ao seu recurso natural.
Bateria de lítio 
Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na indústria electrónica (ex: telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área militar.
Com estes avanços para a área mineira, a indústria automóvel quer garantir, de alguma forma, que não vai ter problemas no abastecimento dessa importante matéria-prima, para que a nova área de negócio dos carros eléctricos, que agora desponta, não fique comprometida.

Bibliografia:

Descoberta de um novo mineral em Espanha


Uma equipa de investigadores do Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e da Universidade Complutense de Madrid descobriu um novo tipo de mineral, a zaccagnaita-3R, na gruta El Soplao (Cantábria, Espanha).

zaccagnaita-3R 
É o primeiro caso descrito deste tipo de material encontrado numa caverna. Em 2001, foi descoberta uma forma diferente de zaccagnaita (zaccagnaita-2H), em Carrara (Itália).
O material agora descrito é, então, um novo mineral espeleotémico, ou seja, que ocorre dentro de grutas. A El Soplao é, que se saiba, a única onde este ocorreu. A descoberta está publicada na edição de Abril da revista «American Mineralogist», editada pela Sociedade Americana de Mineralogia.

O zaccagnaita-3R distingue-se, primeiro, por ter sido encontrado numa gruta, depois, pela sua morfologia octaédrica e por ter uma zona de fluorescência, características desconhecidas em hidrotalcitas naturais (grupo ao qual pertence a zaccagnaita). Do ponto de vista químico, é mais rico em alumínio.

A outra 'versão' do mineral foi descoberta em 2001, os investigadores que a descreveram só conseguiram encontrar alguns cristais de tamanho microscópico, já que o mineral é extremamente escasso. Aquele é diferente do agora descrito e só se encontra em Carrara e, possivelmente, em São Constantino, na Grécia...
A zaccagnaita-3R é, até agora, um exclusivo da gruta espanhola. Pertence ao grupo das hidrotalcitas, minerais relativamente raros que têm um grande interesse pelas suas possíveis aplicações práticas, especialmente como catalisadores em processos industriais, em tratamento de águas e em saúde.
São utilizados como fármacos antiácido e antiséptico (utilizam-se no tratamento de úlceras gástricas pelo seu efeito neutralizante), excipiente anti-inflamatório, assim como para o tratamento de enfermidades cardíacas.   

Bibliografia:

O novo ouro do Brasil - O Sol

Segundo um estudo recente da consultora McKinsey & Co. a energia solar fotovoltaica pode atingir 400 a 600 GW, até 2020.


Um investimento que se deverá situar entre 800 mil milhões a 1,2 biliões de dólares. O rápido desenvolvimento do mercado de energia solar está a ser viabilizado pela forte redução de preços dos painéis fotovoltaicos nos últimos anos.
Em 2011, pela primeira vez, a energia solar liderou os investimentos mundiais em energia renovável com 128 mil milhões de dólares, mais 44% do que em 2010. O montante permitiu que fossem instalados 29,7 GW e gerou um crescimento de cerca de 68% na capacidade total instalada. As centrais solares somam já mais de 73 GW em operação, com a Alemanha e a Itália a representar mais de 50% desta capacidade.
Mas "o sol quando nasce...é para todos". A Bloomberg New Energy Finance noticiou recentemente, que o Brasil, juntamente com a Alemanha, Austrália, Dinamarca, Espanha, Itália e Portugal, atingiu a chamada ‘grid parity' (paridade com a rede), ou seja, o preço da energia gerada com painéis fotovoltaicos tornou-se competitivo face ao preço da energia da rede.

Entretanto, no passado dia 17 de Abril, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica Brasileira) publicou uma Resolução Normativa, que veio estabelecer um prazo para que as empresas distribuidoras de energia elétrica se preparem para a conexão de sistemas de mini e microgeração.
Por isso, no Brasil passará a ser possível instalar painéis fotovoltaicos nas residências ou escritórios, e consumir a energia produzida por esses sistemas, pagando à distribuidora somente o diferencial da energia consumida da rede (consumo líquido). Caso haja excedentes de produção, estes poderão ser utilizados, como créditos, num período de até 36 meses.
Esta resolução é um primeiro passo para a construção do mercado de energia solar no Brasil, que, por agora, é quase inexistente. No entanto, não podemos deixar de notar que o modelo adotado pode agravar ainda mais as assimetrias tarifárias existentes no continente brasileiro. Na prática, esta regulação cria maiores incentivos para a instalação de sistemas fotovoltaicos onde existe abundante recurso solar e onde as tarifas da rede são mais elevadas, como por exemplo, em alguns estados do Nordeste brasileiro. Estes sistemas, por canibalizarem os consumos da energia fornecida pelas empresas distribuidoras, reduzem a utilização das redes elétricas sem que seja diminuído o seu custo global. Um efeito que pode impactar o setor no médio/longo prazo.

Mas para Portugal esta resolução da ANEEL é um avanço importante, porque abriu mais um grande mercado para as empresas que atuam no segmento da energia renovável. E em breve podemos vir a assistir a uma corrida ao novo "ouro brasileiro" - o Sol. 
Bibliografia: