Portugal é já o quinto produtor mundial de lítio, e a procura desta matéria-prima para baterias de carros eléctricos vai quadruplicar.
Um estudo divulgado pela empresa de consultoria MarketResearch.com
indica que a procura de lítio para a construção de baterias de iões de lítio
para a indústria automóvel vai quadruplicar ao longo dos próximos 10 anos.
Mina de lítio a céu aberto, perto da Guarda. |
O mesmo estudo revela que em 2010 o mercado mundial de lítio ascendeu a
11 mil milhões de dólares (€8 mil milhões), mas que em 2020 deverá rondar os 43
mil milhões de dólares (€31,5 mil milhões).
Alguns analistas do sector extractivo garantem que Portugal tem aqui uma
oportunidade única para "marcar pontos" neste importante mercado,
pois actualmente já é o 5º maior exportador mundial de lítio, e tem potencial
de exploração para mais 70 anos. Estes dados são confirmados, aliás, num
dos relatórios mais recentes do Departamento de Energia
norte-americano.
Indústria automóvel interessada no lítio
português
Automóvel eléctrico |
O problema é que Portugal apenas vai até à produção de concentrado de lítio, ou
seja, não acrescenta mais valor ao seu produto, tendo que o vender em bruto
para os proprietários de fundições de outros países. Esses, sim, é que entregam
à indústria automóvel o lítio pronto para ser utilizado em baterias de carros eléctricos.
São também estes intermediários que facturam uma parte considerável do processo
de transformação do lítio.
O principal produtor de lítio em Portugal está já a ser sondado por
várias empresas multinacionais da indústria das baterias para carros eléctricos,
no sentido de formar parcerias que possam passar pela criação de uma fundição
em Portugal. Ou seja, poderia ser um passo à frente no processo, em que o país
acrescentaria valor ao seu recurso natural.
Bateria de lítio |
Para além da indústria automóvel, o lítio também, é utilizado na
indústria electrónica (ex: telemóveis), farmacêutica e prevê-se que venha
a ter cada vez mais aplicações na indústria aeroespacial e também na área
militar.
Com estes avanços para a área
mineira, a indústria automóvel quer garantir, de alguma forma, que não vai ter
problemas no abastecimento dessa importante matéria-prima, para que a nova área
de negócio dos carros eléctricos, que agora desponta, não fique comprometida.
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