quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

“Relógios” paleontológicos

Através dos dados da litostratigrafia, vimos que podemos correlacionar determinados acontecimentos geológicos ocorridos numa dada região. No entanto, quando queremos correlacionar determinado tipo de formações geológicas com outras muito afastadas geograficamente, apenas com base nos dados relativos às suas características litológicas, estes revelam-se insuficientes.

Biostratigrafia pode ser considerada uma ciência de fronteira entre a estratigrafia e a paleontologia, tendo como principal objectivo o estudo temporal dos fósseis existentes no registo estratigráfico, esta

     -Utiliza a paleontologia para organizar as sequências geológicas em unidades biostratigráficas com o objectivo de fazer o estudo temporal dos fósseis aí existentes;
     -Permite correlacionar formações geológicas geograficamente afastadas e a nível global, comparando a idade relativa de diferentes formações no espaço e no tempo;
     -Resulta numa escala biocronostratigráfica.


Fig.1

Fósseis de idade ou característicos, são fósseis que apresentam uma repartição geográfica muito grande, uma curta distribuição estratigráfica (viveram num curto periodo de tempo), grande abundância e bom potêncial de preservação

Princípio da identidade paleontológica, admite que estratos que possuam o mesmo registo paleontológico são da mesma idade (fig2).

Fig.2


Dendrocronologia é um outro tipo de relógio paleontológico que pode ser utilizado como método de datação “absoluto”, a dendrocronologia:

 -Enumeração dos anéis de crescimento anuais das árvores;
     -Os anéis são distinguíveis devido à variação da velocidade de crescimento, que 
depende do clima;
     -Permite realizar datações de determinados acontecimentos até um limite de 11 400 anos, por isso, não têm grande importância na elaboração da história geológica global.

Fig.3


Estes "relógios" baseiam-se principalmente na biostratigrafia, que tem por base a aplicação do principio da identidade paleontológica, em que os fósseis de idade ou característicos são muito importantes e têm características que os tornam especiais em relação aos outros fósseis. A dendrocronologia não é um método muito utilizado pois implica o abate de árvores e apenas estabelecem idades relativamente urtas.

Bibliografia:
Manual escolar 12º ano "Geologia" da Porto Editora

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Estromatólitos

Os estromatólitos são os mais antigos testemunhos de vida na terra, foram encontrados à 3,5 mil milhões de anos. São fósseis que foram originados por bactérias e cianofitas que ao captarem os carbonatos existentes nos meios onde viviam, e ao metabolizá-los, os depositavam nas suas membranas celulares e, assim, foram-se desenvolvendo em camadas sucessivas, alternando com partículas sedimentares sobre um substrato rígido. Estas estruturas podem assumir diferentes formas, como esteiras microbianas, camadas, domos, colunas e oncólitos.

Os estromatólitos desenvolvem-se como um tapete de colónia de cianobactérias dependentes da energia solar para se alimentarem e crescerem, recolhendo-se em estado dormente à noite para porções mais internas do montículo por elas criado e voltando no dia seguinte à superfície; nestes processos, segregam carbonatos de cálcio que fixa e cimenta finas partículas dispersas na água o que origina as lâminas que se sobrepõem e fazem crescer os montículos que tendem a formar colunas verticalizadas.
Há estromatólitos de diversas idades, desde estruturas recentes e em construção. Actualmente, a existência de estromatólitos está confinada a zonas muito restritas do globo, como a baía dos Tubarões (Austrália) e as Bahamas (Caraíbas). O principal acontecimento deu-se no Pré-câmbrico Inferior, e alcançou grande desenvolvimento no Pré-câmbrico Superior.
Estes organismos foram os primeiros recicladores de carbono, os primeiros produtores de oxigénio e os primeiros seres a contribuirem para a construção de zonas de recifes.
As cianobactérias que participavam na construção dos estromatólitos foram possivelmente responsáveis pela geração de parte do oxigénio da atmosfera primitiva terrestre, realizando a fotossíntese e fornecendo a energia e o carbono, directa ou indirectamente, para uma vasta comunidade de seres vivos, sendo a forma de vida dominante por mais de 2 mil milhões de anos.

Bibliografia:

Grand Canyon

Grand Canyon  é o nome dado a uma fissura natural resultante de constante erosão provocada pelo rio Colorado, e localizada no estado norte-americano do Arizona. Está quase todo contido no chamado “Grand Canyon National Park“, um dos primeiros parques nacionais de todo os Estados Unidos.

Sua extensão é de 446 km, chega a medir entre 6 e 29 km de largura e atinge profundidades de 1600 metros. . Aproximadamente 2 bilhões de anos da história geológica da Terra estão à mostra no local, efeito da passagem do rio Colorado e de seus tributários, que literalmente “esculpem” a rocha camada sob camada, enquanto a planície do colorado, devido a movimentos tectónicos, foi gradualmente elevando-se.


O processo específico, bem como o período geológico em que tal fenómeno ocorreu ainda hoje é motivo de debate por parte de vários geólogos. Estudos recentes, porém, indicam que o rio Colorado estabeleceu seu curso através do Canyon á pelo menos 17 milhões de anos atrás. Desde aquele período, o Colorado vêm gradualmente erodindo a rocha por onde passa, baixando cada vez mais o terreno de seu percurso em detrimento da região à sua volta.

A primeira expedição científica ao desfiladeiro foi dirigida pelo Major John Wesley Powell no final da década de 1870. Powell referiu-se às rochas sedimentares expostas no desfiladeiro como "páginas de um belo livro de histórias".

É considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo e um ponto turístico visitado por milhares de turistas anualmente, gerando receita para as cidades e populações ribeirinhas ao desfiladeiro

Bibliografia:

«Relógios» Sedimentológicos

litostratigrafia é uma subdisciplina da estratigrafia que tem por finalidade a descrição e organização sistemática das rochas da crusta terrestre em unidade baseada nas suas características litológicas e na sua relação estratigráficas.
Assim a litostratigrafia procura estudar a evolução geológica de uma dada região, através da caracterização  de um conjunto de materiais que aí podem ser individualizados, tendo em conta as suas características litológicas, independente da sua idade.

Princípios litostratigráficos fundamentais


Princípio da sobreposição - Numa dada sequencia estratigráfica, os estratos que se encontram no topo são mais recentes do que aquele s que se encontram na base (figura ao lado).


Princípio da horizontalidade - Determina que os sedimentos que estiveram na origem dos estratos são depositados, em regra, segundo camadas horizontais (figura ao lado).  


Princípio da intersecção – Um filão ou uma intrusão magmática é sempre posterior às formações rochosas que atravessa (figura a baixo).


Princípio da inclusão - Certos encraves que ficam englobados numa determinada rocha são provenientes de rochas mais antigas do que aquela que os contém. De uma forma geral, podemos dizer que qualquer rocha que contenha elementos de outras preexistentes é sempre mais recente (figura a baixo).

Princípio da continuidade lateral - um estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda a sua extensão, independentemente da ocorrência da variação horizontal (lateral) da fácies. Deste modo, uma camada limitada por um muro (base) e por um tecto (topo) e definida por uma certa fácies tem a mesma idade ao longo de toda a sua extensão lateral (figura a baixo).



O estudo destes princípios é muito importante, porque é através destes que se consegue estudar as rochas e também descobrir a sua idade. Se não fossem estes princípios, seria ainda mais difícil descobrir dados importantes sobre o nosso planeta e assim continuar com dúvidas e especulações.
Mesmo havendo métodos mais evoluídos para estudar as rochas, estes princípios continuam a ser muito importantes, porque foram estes que abriram o caminho para o mundo da descoberta.



Bibliografia:
Manual escolar 12º ano "Geologia" da Porto Editora

Fossilização

Fósseis (do latim fossilis) são os restos materiais de antigos organismos ou as manifestações da sua actividade, que ficaram mais ou menos bem conservados nas rochas ou em outros fósseis

De um modo geral, os organismos são completamente destruídos após a morte e num determinado espaço de tempo, processo este que se designa por decomposição.
Estes são decompostos pela acção combinada de:
- organismos decompositores (geralmente microorganismos);
-agentes físicos (alterações de pressão e temperatura) e
- agentes químicos (dissoluções, oxidações, entre outros).


Na fossilização os compostos orgânicos que constituem o organismo morto são substituídos por outros mais estáveis nas novas condições. Estes podem ser calcite, sílica, pirite, carbono, entre outros.
A fossilização é um processo muito lento e complexo!
São muito convenientes duas condições, que o organismo possua partes duras e que ocorra um enterramento rápido por sedimentos finos que interrompa a decomposição.




De acordo com as condições do ser vivo e do meio, podem ocorrer diversos tipos de fossilização:


Mumificação ou conservação

A mumificação é o mais raro processo de fossilização. Pode ser:
 
Total - quando o ser vivo é envolvido por uma substância impermeável (por exemplo: resina, gelo) que impede a sua decomposição.

Parcial - quando as formações duras (carapaças, conchas, etc) de alguns organismos permanecem incluídas nas rochas por resistirem à decomposição.



Mineralização 

Este processo consiste literalmente na substituição gradual dos restos orgânicos de um ser vivo por matéria mineral, rocha, ou na formação de um molde desses restos, mantendo com alguma perfeição as características do ser. Ocorre quando o organismo é coberto rapidamente por sedimento após a morte ou após o processo inicial de deterioração. 


Moldagem

Consiste no desaparecimento total das partes moles e duras do ser vivo, ficando nas rochas um molde das suas partes duras. O molde pode ser:

Molde externo - quando a parte exterior do ser vivo desaparece deixando a sua forma gravada nas rochas que o envolveram.

Molde interno - os sedimentos entram no interior da parte dura e quando esta desaparece fica o molde da parte interna.


Marcas

É o tipo de fossilização mais abundante em que permanecem vestígios deixados pelos seres vivos, uma vez que é o mais fácil e simples de ocorrer. Exemplos de marcas podem ser: pegadas, ovos e excrementos de animais.





Para a ciência, a descoberta de um mais um fóssil é de grande importância, pois, é essencial para que possamos entender a diversidade da natureza e também a nossa história evolutiva.

Bibliografia:

domingo, 30 de outubro de 2011

Petroleo e a sua formação!

O Petróleo é uma substância viscosa, mais leve que a água, composta por grandes quantidades de Carbono e Hidrogénio (hidrocarboneto) e quantidades bem menores de Oxigénio, Nitrogénio e Enxofre. A natureza complexa do Petróleo é resultado de mais de 1200 combinações diferentes de hidrocarbonetos. Ele pode ocorrer nos estados: sólido (asfalto), líquido (óleo cru) e gasoso (gás natural).


Fig.1 - Reservatório de petróleo e gás natural.

Condições para a formação do petróleo:
  -Inicialmente deve haver a matéria orgânica adequada à geração do Petróleo
  -Este material orgânico deve ser preservado da ação de bactérias aeróbias
 -O material orgânico depositado não deve ser movimentado por longos períodos
 -A matéria orgânica em decomposição por bactérias anaeróbias deve sofrer a ação de temperatura e pressão por períodos longos

O início do processo de formação do Petróleo está relacionado com o início da decomposição dos primeiros vegetais que surgiram na Terra. A maioria dos compostos identificados no petróleo são de origem orgânica, mas até que a matéria chegue ao estado de petróleo são necessárias condições especiais. O ambiente marinho reúne tais condições.


 No ambiente marinho é a plataforma continental a região que mais produz matéria orgânica. Os mares rasos também podem receber um grande aporte de matéria orgânica. Embora semelhante ao carvão quanto à composição (hidrocarboneto) o petróleo possui certas características especiais: por ser fluido pode migrar para a além de sua fonte geradora e acumular-se em estruturas sedimentares. O Petróleo ocorre normalmente em rochas sedimentares depositadas sob condições marinhas.

Impacto Ambiental:
   -Na exploração (derrames, incêndios)
  -No transporte (naufrágios, ruptura de oleodutos)
  -Na refinação (poluição atmosférica, dos solos e da água)
   -Na utilização.
Fig.2 - Ave vitima de vazamento de petróleo.

A culpa dos desastres de vazamento de óleo não é necessariamente de quem consome,  até porque somos reféns de um sistema  económico e tecnológico que ainda não conhece fontes de energia limpas e renováveis que substituam integralmente o petróleo. No entanto, nos dias que correm, e tendo conhecimento do quão prejudicial é o uso deste recurso, devíamos começar a pensar em produzir mais bens que utilizem energias limpas.

Bibliografia:
http://www.geologiadopetroleo.com.br/natureza-e-origem-do-petroleo/
http://www.drm.rj.gov.br/admin_fotos/bacia_de_campos/figura7.gif

Morfologia dos Fundos Oceanicos


 Após a Segunda Guerra Mundial, as tecnologias desenvolvidas para operações militares em meio marinho, como, por exemplo, a detecção de submarinos através de sonares, foram sendo progressivamente postas à disposição da comunidade científica civil, ajudando o avanço científico. Foi este facto que permitiu a aquisição de importantes conhecimentos sobre a composição morfológica dos fundos oceânicos, que por sua vez, levou a que os cientistas encarassem a proposta de Wegener como uma alternativa válida ao permanetismo e contraccionismo.

 Com a exploração dos fundos dos oceânos levou a muitas descobertas:

    -Uma cadeia montanhosa submarina entre os continentes com mais de 65 000 km e uma altura média aproximada dos 4500 metros acima da crusta oceânica - dorsal oceânica;
  -Os fundos oceânicos estavam cobertos com uma fina camada de sedimentos.
     -O fundo oceânico não era tão liso como até então se pensava;
  
 Todo este estudo  cartográfico dos diferentes fundos oceânicos levou à elaboração de mapas topográficos destas regiões, permitindo revelar os principais relevos submarinos.

Fig.1 - Morfologia dos fundos oceânicos

 Nota: Tendo em conta que a velocidade de sedimentação em ambiente marinho é praticamente constante, a espessura dos sedimentos é tanto maior quanto mais antiga for a região oceânica. Dado que os grandes rios possuem uma elevada capacidade de transporte de materiais de natureza sedimentar, os mais grosseiros acumulam-se próximo das margens continentais, enquanto que os mais finos são depositados a maiores distâncias, uma vez que são levados pelas correntes marinhas.

Bibliografia:

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Arcos Insulares

Arcos insulares são conjuntos de ilhas, a maior parte das vezes vulcânicas, que se distribuem num ou mais alinhamentos curvos formando arcos com a cavidade geralmente voltada para o largo.
Como uma grande parte da actividade sísmica e vulcânica mundial ocorre nestas zonas, são considerados elementos essenciais das zonas de geodinâmica activa do globo terrestre.
Um arco insular apresenta como elementos estruturais uma fossa ao nível da qual se produz a subducção; um arco frontal vulcânico, cujo vulcanismo é recente (alguns milhões de anos) do tipo andesítico que se apoia sobre terrenos mais antigos, sedimentares, metamórficos e magmáticos, e uma bacia marinha que pode evoluir para um mar marginal de dimensão, mais ou menos significativa. O mar marginal, em geral, limita o continente vizinho.
Os arcos insulares actuais não são mais que um estádio numa evolução que conduz à formação de cadeias de montanhas.



Por exemplo:
A fossa das Marianas, que se localiza paralelamente às ilhas Marianas é um arco insular, corresponde a uma zona de subducção. Neste caso, a convergência é obviamente crusta oceânica - crusta oceânica embora num contexto mais global se verifique que ambas as placas interessadas, a placa do Pacífico e a placa das Filipinas, se deslocam no mesmo sentido. Todavia, como a placa pacífica se desloca a maior velocidade do que a placa filipina, existe verdadeira convergência de placas.

Bbliografia:

Ciclo de Wilson

Como o conceito de expansão dos fundos oceânicos ganhou aceitação no final dos anos 60, os estudos da geologia gradualmente começaram a aumentar. Um dos primeiros a reconhecer que as placas tectónicas poderiam ser aplicadas ao registo geológico foi J. Tuzo Wilson.
Há diferentes opiniões quanto a saber se a quantidade de crosta continental está a aumentar, a diminuir ou a permanecer sobre o mesmo, mas concorda-se que a crosta da Terra está constantemente a ser reconfigurada.
 O ciclo de Wilson descreve a ciclicidade em placas tectónicas que formam super continentes (Rodínia e Pangeia) e sua separação em centenas de milhões de anos.


Descrição do ciclo:

O ciclo tem início com a formação de um oceano a partir de um rift em crosta continental sobre um ponto quente mantélico (1 e 2); segue-se a expansão desse oceano com a deriva das placas continentais antes ligadas e agora separadas pelo rifteamento (3); em determinado momento, ocorre a mudança do processo de afastamento ou deriva para aproximação de placas continentais em decorrência de processo de subducção da crosta oceânica, desenvolvimento de arcos de ilha e/ou cadeias de montanhas (4 e 5); finalizando o ciclo ocorre o fechamento do oceano, sucedido de colisão continental (6).

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Introdução

Este blog foi criado no âmbito da disciplina de Geologia do 12º ano  da turma H, da escola Secundária de Fafe, do ano lectivo 2011/2012.
Com este blogue, pretendemos enriquecer os nossos conhecimentos no âmbito da Geologia, fornecer informação e expor opiniões sobre os temas abordados.